As grandes players do mercado de stablecoins, Tether e Circle, têm um encontro agendado esta semana com figuras importantes dos principais bancos da Coreia do Sul. É uma oportunidade para discutir possíveis colaborações e também a criação de stablecoins que seriam lastreadas no won sul-coreano. Essa informação foi divulgada pela agência de notícias Yonhap, que é apoiada pelo governo.
Os encontros vão acontecer com altos executivos do Shinhan Financial Group e do Hana Financial Group. O CEO da Circle, Heath Tarbert, vai se reunir com eles na sexta-feira. O que é interessante é que o Ham Young-joo, CEO do Hana, também tem uma conversa marcada com um representante da Tether no mesmo dia. Outras reuniões devem envolver o diretor de tecnologia digital do KB Financial Group e o presidente do Woori Bank, também com Tarbert.
Esses quatro grupos financeiros são considerados os “quatro grandes” da Coreia do Sul e têm muita relevância, já que são vistos como essenciais para o sistema financeiro do país.
Coreia do Sul está se preparando para regulamentar stablecoins
Essa movimentação acontece num contexto em que a Coreia do Sul está elaborando uma regulamentação para stablecoins lastreadas no won. A Comissão de Serviços Financeiros do país deve apresentar esse plano como parte de uma nova fase na proteção ao usuário de ativos virtuais. É um passo importante que sinaliza a seriedade do governo em tornar esse segmento mais seguro.
No começo de julho, ações de três grandes bancos sul-coreanos tiveram um aumento significativo após o registro de marcas ligadas a stablecoins. A divisão bancária da Kakao Corporation também se manifestou, dizendo que deseja participar ativamente desse mercado em crescimento.
A decisão da Coreia do Sul de focar nas regulamentações de stablecoins veio após a suspensão dos testes de sua própria moeda digital, o que demonstra uma mudança de prioridade. Antes disso, havia planos de grandes bancos para lançar uma stablecoin atrelada ao won até o ano seguinte.
Mais encontros de alto nível em pauta
Essas reuniões na Coreia do Sul não são um caso isolado. Elas fazem parte de uma série de encontros e diálogos que a Tether e a Circle têm promovido, especialmente em um momento em que reguladores ao redor do mundo buscam clareza nas regras sobre stablecoins.
No início de março, por exemplo, Paolo Ardoino, CEO da Tether, e Heath Tarbert, da Circle, participaram de um evento importante em Washington, D.C., onde puderam discutir questões relevantes com outros líderes do setor e representantes do governo. O foco estava na criação de políticas regulatórias que ajudem a moldar o futuro das stablecoins.
A Tether está se movimentando globalmente, com acordos firmados em países como Guiné e Uzbequistão para discutir a adoção da blockchain. Vale mencionar também que a empresa anunciou que está de mudança para El Salvador, após rodadas de conversa entre Ardoino e o presidente Nayib Bukele.
Essas movimentações estão moldando o cenário das criptomoedas, com a Coreia do Sul se posicionando como um player relevante nessa história.
